Mundial de Clubes: 2022 deve ser o último ano no formato atual de disputa
NOTÍCIAS

NOTÍCIAS

Mundial de Clubes: 2022 deve ser o último ano no formato atual de disputa

04/03/2022

Com 24 equipes e sendo jogado a cada quatro anos, Fifa promete um novo modelo de competição

A atual edição do Mundial de Clubes, sediada nos Emirados Árabes Unidos e com sete equipes na disputa (os campeões de todas as seis confederações continentais, além do representante do país-sede), deve ser o último torneio neste formato. A Fifa, entidade máxima do futebol, prometeu um novo modelo, com 24 clubes, tendo oito europeus e seis sul-americanos, e sendo disputado a cada quatro anos.

Essa discussão sobre a nova fórmula do torneio começou em 2019, quando a Fifa anunciou a possibilidade de mudança pela primeira vez. No ano passado, o assunto voltou a repercutir, isso porque o presidente da entidade, Gianni Infantino, esteve presente na premiação do campeão Bayern de Munique, último vencedor da competição, e, na ocasião, afirmou a necessidade de “estimular o futebol de clubes no mundo inteiro”.

Para os clubes europeus, e até mesmo os torcedores, a Uefa Champions League ainda é um torneio mais valorizado e cobiçado que o Mundial de Clubes, pelo nível de dificuldade e faturamento. Um exemplo dessa falta de competitividade está nos campeões das últimas edições. A última vez que um europeu não conquistou o torneio foi em 2012, quando o Corinthians venceu o Chelsea na decisão. Nos últimos 14 anos, os times do velho continente venceram 13 vezes.

Na visão de Eduardo Carlezzo, advogado especializado em direito desportivo, não há dúvida de que a costura para esse novo formato passa por atrair os europeus, que são refratários e dão pouco valor à competição atual. Porém, o especialista também pondera para outra questão envolvida. ”Não podemos esquecer que a atual gestão da FIFA está rompida com a UEFA e que os grandes clubes europeus também romperam com a UEFA após o lançamento da superliga. Portanto, o jogo que se joga também é político”, afirma.

Carlezzo ainda complementa que, esportivamente e financeiramente, é muito interessante ver a chance da elite do futebol mundial reunida para grandes jogos entre clubes. “Acho que tudo isso obviamente redundará em ganhos financeiros maiores a todos os envolvidos, coisa que hoje não é tão relevante no atual modelo, sobretudo para os europeus”, acrescenta o especialista.

 

Fonte: Exame